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Mestres e Guias Vitais

Paulo Link

Produtor de plantas ornamentais
Autor do livro “Encantos e lições da colônia”
 
Temos assistido, na mídia, muitos casos de agressões a professores em sala de aula. Trabalhei muito com grupos de pré-adolescentes e me considero um observador do comportamento dessas pessoas. Estou em diversas escolas fazendo trabalhos voluntários dentro da minha atividade de cultivador de flores e plantas ornamentais. Comentei com quem estava nessas lides comigo que é possível, após um dia de convívio, fazer um retrato falado do ambiente familiar de cada indivíduo. Quero afirmar que os primeiros mestres e guias são os pais, avós e demais familiares com quem a criança e o jovem convivem. Todos sabem que a estrutura física de uma casa, alicerce, paredes... quando não edificada com solidez, virá abaixo. Na indústria, quando um produto apresenta erro de produção, é descartado ou sofre um retrabalho. Na educação, na falha do processo, pode acabar no CASE ou no sistema carcerário, dependendo da idade da pessoa. Considero que não é permitido errar. Os primeiros educadores precisam estar bem preparados para essa missão imprescindível. Hoje as crianças com três, quatro anos já têm bom discernimento sobre o que ocorre ao seu redor. Ouvi um especialista dizer que o pequeno com essa idade faz até trezentas perguntas diárias sobre o que vê e ouve. Os pais precisam estar presentes e saber responder, sempre de acordo com o que aquela pequena mente quer saber. Esteve em minha casa por uma semana um profissional fazendo trabalhos de manutenção, e convive conosco um neto de quatro anos; o referido adulto me disse: como você tem paciência com esse menino. O exercício da paciência, de ouvir e mostrar os limites devem ser constantemente praticados.  A leitura é um bom caminho para habitar a mente jovem da criança. Se durante o dia os pais não estão com a criança, devem dispender um tempo para ouvir e responder àquelas mentes ávidas de conhecimento. Ler ou contar historinhas é demais saudável. Como não é possível frequentar uma escola para se tornar um bom pai/mãe, há muita literatura para aperfeiçoar essa atividade tão importante. Agradeço muito pelas oportunidades que a vida me concedeu. Busquei respostas em livros, revistas e tive o privilégio de estudar com bons professores e mestres. Quero ressaltar um que sempre foi importante e que, por diversos semestres, ensinou-me, inclusive, a arte de escrever: falo do Professor Melo, na Feevale. Relembro também da minha professora Lucia Trein, quinto ano primário, que acarinhou os meus conhecimentos iniciais. Muito obrigado a todos os professores por sua dedicação!

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