Falar com a criança ou para a criança
Marliese Christine Simador Godoflite, psicopedagoga
institucional e clínica, fonoaudióloga no Espaço Vida em Movimento
e no Município de Picada Café; diretora da Apae – CRFa 7-6932
A
criança começa a aprender mesmo antes do seu nascimento, a
linguagem pode ser tanto verbal quanto não-verbal. A verbal é
quando expressada por intermédio da fala. A não-verbal envolve o
uso de gestos indicativos e/ou representativos, expressão corporal e
facial, manifestados através de qualidades e características vocais
específicas. O manhês, ou seja, vozes falseteadas, sussurradas,
graves ou neutras permeiam os momentos de interação entre a mãe e
o bebê. Acreditamos que o vínculo é importante durante todo o
desenvolvimento humano, pois sentiremos a necessidade ou não de
comunicar-nos se tivermos com quem.
Trocar o nome de um objeto por um mais
fácil achando que ajudará a criança é inadequado. Chamar a
chupeta de “pepeta” ou a mamadeira de “Tetê” faz com que a
criança tenha que aprender duas palavras para um mesmo objeto,
podendo atrasar o desenvolvimento da linguagem. Também devemos
evitar os “inhos”, dificultando o entendimento e estimulam uma
produção da fala infantilizada. Há os erros decorrentes de
alterações orgânicas, estruturais e/ou funcionais, como: fissura
palatina, hipotonia ou hipertonia dos órgãos fonoarticulatórios,
má oclusão, falhas dentárias ou uma lesão cerebral.
Muitas vezes os sintomas representam
“buracos” na estrutura formal da linguagem que, tomada como soma
das partes (fonemas, sílabas, palavras, frases), acaba por perder o
seu valor simbólico diante da ausência ou alteração de alguma
dessas “partes”. Ouvir o que é dito escutando
o que não é, parece ser
uma possibilidade de não se prender a esta visão reducionista de
resolver o problema, pois acredita-se que a linguagem é uma via de
expressão do inconsciente. A linguagem, além de ter a função
comunicativa, exerce também às funções organizadora e
planejadora.
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