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São Leopoldo - Os escritores Felipe Kuhn Braun e Sandro Blume lançam seu livro mais recente: "Histórias de São Leopoldo: dos povos originários às emancipações". Na obra com 352 páginas, Braun e Blume escrevem sobre os indígenas que habitaram a região, a primeira sesmaria reconhecida em 1755, registrando a data da primeira ocupação de terras por parte dos europeus: 1741. Os escritores destacam a história da Feitoria do Linho Cânhamo a partir de 1788, empreendimento que foi à falência, fazenda na qual viviam os trabalhadores africanos (escravizados pelos portugueses), cuja Casa da Feitoria serviu de abrigo para os primeiros imigrantes de origens germânicas. O primeiro lançamento marcado será no dia 2 de setembro de 2023, às 15h, no Museu Histórico Visconde de São Leopoldo (av. Dom João Becker, 491, Centro).
Braun e Blume descrevem sobre as primeiras administrações leopoldenses após a emancipação de 1846, as lideranças políticas de origens luso e germânica e o desenvolvimento das localidades que pertenceram a São Leopoldo como distritos e povoados. A fundação das comunidades religiosas e das instituições de ensino: Escola Rio Branco (1826), Colégio São José (1870), Ginásio Conceição (1869), Colégio São Luis (1902), Colégio Cristo Rei (1913), a Escola Superior de Teologia da IECLB (1946), entre outras. Nestas histórias Felipe e Sandro também registram as sociedades recreativas criadas na cidade e nos seus distritos, destacando aquelas localizadas no atual solo leopoldense: Sociedade Orpheu (1858), Concórdia (1874), Atiradores (1883), Sociedade de Ginástica Leopoldense (1885), Eintracht im Wilhelmlust (1896), entre elas.
Na obra, os autores também destacam a vocação de São Leopoldo para o comércio e para a indústria e publicam um interessante relatório de 1924, sobre empresas leopoldenses nos mais variados ramos: brinquedos e objetos de lata, farinha de mandioca, máquinas de costura e bordados, produtos químicos, fiação, sabão em pó, sandálias, tijolos e telhas, licores e vinagres, enfeites para caixão, tecidos de seda, escovas e pincéis, bebidas alcoólicas e não alcoólicas, massas e macarrão, licores e vinho, biscoites e caramelos, entre outras.
Os escritores também destacam a história da medicina na cidade e nas suas “picadas”, povoados próximos e mais interioranos, destacando a história de Carlos Godofredo von Ende, João Daniel Hillebrand, George Naaman, Frederico João e Percy Wolffenbüttel, Antônio Pires, Manoel Marques Porto, Osório A. Mello, Roberto Dietzmann, bem como, Karl Wilhelm e Günther Schinke, Arnaldo Luiz Hoffmann, Paulo Doppelmann, Huberto Müller, Theodoro A. Reich, Jorge von Prusinger e Luiz Wetter.
Os autores proporcionam recortes cotidianos da trajetória político-administrativa de São Leopoldo nesses 199 anos. As narrativas perpassam a chegada dos imigrantes, a elevação da localidade à capela curada, a criação da Vila e, num segundo momento, a aquisição da condição de cidade. Nessa jornada, ao ultrapassar a metade do século XX e chegar ao período das emancipações político-administrativas, os autores mostram que tal contexto impactou na formatação atual do mapa geográfico do município de São Leopoldo. Igualmente dentro desse recorte temporal adotado pelos autores verificam-se constantes alterações sócio-econômicas e demográficas que representaram também novos formatos no modo de pensar da população urbana, mas significativamente de uma elite dirigente que estava adotando padrões diferenciados de cultura e de civilidade. A ideia de civilização estava intrinsecamente ligada ao mundo europeu. Para atingir determinado grau de civilização, seria necessário disciplinar a cidade e sua população. Nesse contexto, onde normas estavam sendo criadas e adaptadas, os autores contemplaram o Código de Posturas Municipal, um dos instrumentos que tinha por objetivo estabelecer nova ordem de convívio social, normatizando práticas individuais e coletivas, públicas e privadas.
No final desta obra, os escritores Felipe Kuhn Braun e Sandro Blume publicam fotografias antigas, nomes e datas de imigrantes pioneiros e seus descendentes que residiam na antiga área territorial de São Leopoldo até 1927. Nesta parte final, estão registrados os nomes das localidades de origem destes imigrantes na Europa, bem como, os distritos e povoados onde eles viviam (dentro da cidade de São Leopoldo). Encontrarão informações sobre seus ancestrais os integrantes das famílias: Ebling, Schlabrendorff, Hohendorff, Hofmann, Blauth, Hess, Fries, Berlitz, Kieling, Krämer, Steigleder, Santos, Bayer, Moraes, Cornelius, Flasche, Schmidt, Harz, Spohr, Schmitt, Alles, Herrmann, Heineck, Roehe, Schäffer, Poschtetzky, Wendling, Feiten, Keiber, Rech, Huhnfleisch, Korndörfer, Dietrich, Lamb, Sänger, Rossi, Sperb, Blauth, Becker, Bauermann, Dietrich, Mattes, Berghan, Wolf, Leuck, Ludwig, Petry, Scherer, Adams, Lanzer, Blos, Prass, Clos, Kroeff, Enck, Ellwanger, Müller, Hoffmeister, Maurer, Boll, Seger, Fehse, Schneider, Bier, Collet, Hauschild, Jaeger, Fleck, Mattje, Koch, Hexsel, Hennemann, Treis, Martins, Santos, Kern, Vier, Diefenbach, Kunz, Engel, Kroeff, Klein, Rothfuchs, Krug, Petry, Weinmann, Dienstmann, Braun, Jung, Poschetzky.