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E fundamental que a mãe inicie
os cuidados com a saúde bucal do seu bebê antes mesmo de seu nascimento,
mantendo uma alimentação saudável e não ingerindo açúcares. Assim como o
cálcio, o ferro, o fósforo e vitaminas vêm da alimentação, e não dos dentes e
ossos da mãe, se a dieta não apresentar elementos nutricionais apropriados,
poderão ocorrer diversas deficiências maternas e fetais. O açúcar não alimenta,
mas engorda, produz hábito e mantém a flora bacteriana cariogênica (cáries)
ativa.
Isto explica porquê ocorrem cáries e sangramento nas gengivas de algumas
gestantes. As cáries normalmente já existiam, o que acontece é que a mulher
passa a se alimentar com intervalos menores, não fazendo uma boa higiene e com
isso as cáries aumentam, causando dor. O sangramento gengival ocorre devido ao
desequilíbrio dos hormônios sexuais, havendo um aumento da permeabilidade capilar
e do fluxo do exsudato crevicular, isto é, a gengiva fica mais frouxa (molinha)
e sangrante. Entretanto, há fatores que intensificam este problema, como a má
higiene e o consumo de alimentos açucarados. Por isso é muito importante fazer
um pré-natal odontológico também.
A limpeza dos dentes do bebê inicia-se antes de surgirem os primeiros
dentinhos, com uma gaze ou uma ponta de fralda limpa, umedecida em água morna,
a mãe passa nas gengivas do bebê com o dedo massageando, assim, além de limpar,
estará estimulando a criança e coçando as gengivas. Com o surgimento do
primeiro dente, iniciamos a escovação, com uma escova apropriada de cerdas bem
macias, lembrando que até os 3 anos a criança não sabe cuspir, por isso não
usa-se creme dental, pois este é um medicamento que contém flúor, e se ingerido
em grande quantidade ou continuamente faz mal à saúde. A limpeza é feita
somente com escova, fio dental e água. Quando a criança aprender a cuspir,
inicia-se o uso do creme dental em quantidade mínima.
Os dentes não nascem cariados, o que acontece é que o bebê é infectado
com bactérias da mãe e de pessoas próximas a ele, e isso combinado a uma dieta
açucarada e a falta de higiene, cariam os dentes logo que nascem. Cuidados
simples podem ser tomados: evitar alimentos açucarados, não pôr açúcar ou mel
ou qualquer açucarado na chupeta, não assoprar a comida da criança ou provar a
mamadeira com a boca, não limpar o bico que cai no chão com a boca, não beijar
a criança na boca. Essas atitudes já ajudam muito a não contaminá-la.
Os dentes de leite devem ser preservados e tratados quando necessário,
com restaurações e/ou tratamento de canal. Porque estes devem permanecer na
boca até aproximadamente os 12 anos, sendo que as trocas iniciam por volta dos
7 anos, sem esquecer que o 1º dente permanente que nasce é o 1º molar inferior,
é um dente grande que surge atrás do último dentinho da arcada, e isto ocorre
entre os 5 ou 6 anos, sem cair nenhum dentinho. Os dentes de leite preservam os
espaços para os dentes permanentes, fazem a mastigação, auxiliam na fonação
(fala), além da estética, pois as crianças em idade escolar se sentem
inferiorizadas e muitas vezes sofrem bullying por não terem dentes.
Marcia Schardosim
Cirurgiã-dentista - CRO 12316