Produtor de plantas ornamentais Autor do livro “Encantos e lições da colônia” Temos assistido, na
mídia, muitos casos de agressões a professores em sala de aula. Trabalhei muito
com grupos de pré-adolescentes e me considero um observador do comportamento
dessas pessoas. Estou em diversas escolas fazendo trabalhos voluntários dentro
da minha atividade de cultivador de flores e plantas ornamentais. Comentei com
quem estava nessas lides comigo que é possível, após um dia de convívio, fazer
um retrato falado do ambiente familiar de cada indivíduo. Quero afirmar que os
primeiros mestres e guias são os pais, avós e demais familiares com quem a
criança e o jovem convivem. Todos sabem que a estrutura física de uma casa,
alicerce, paredes... quando não edificada com solidez, virá abaixo. Na
indústria, quando um produto apresenta erro de produção, é descartado ou sofre
um retrabalho. Na educação, na falha do processo, pode acabar no CASE ou no
sistema carcerário, dependendo da idade da pessoa. Considero que não é
permitido errar. Os primeiros educadores precisam estar bem preparados para
essa missão imprescindível. Hoje as crianças com três, quatro anos já têm bom
discernimento sobre o que ocorre ao seu redor. Ouvi um especialista dizer que o
pequeno com essa idade faz até trezentas perguntas diárias sobre o que vê e
ouve. Os pais precisam estar presentes e saber responder, sempre de acordo com
o que aquela pequena mente quer saber. Esteve em minha casa por uma semana um
profissional fazendo trabalhos de manutenção, e convive conosco um neto de
quatro anos; o referido adulto me disse: como você tem paciência com esse
menino. O exercício da paciência, de ouvir e mostrar os limites devem ser
constantemente praticados. A leitura é
um bom caminho para habitar a mente jovem da criança. Se durante o dia os pais
não estão com a criança, devem dispender um tempo para ouvir e responder
àquelas mentes ávidas de conhecimento. Ler ou contar historinhas é demais
saudável. Como não é possível frequentar uma escola para se tornar um bom
pai/mãe, há muita literatura para aperfeiçoar essa atividade tão importante.
Agradeço muito pelas oportunidades que a vida me concedeu. Busquei respostas em
livros, revistas e tive o privilégio de estudar com bons professores e mestres.
Quero ressaltar um que sempre foi importante e que, por diversos semestres,
ensinou-me, inclusive, a arte de escrever: falo do Professor Melo, na Feevale.
Relembro também da minha professora Lucia Trein, quinto ano primário, que
acarinhou os meus conhecimentos iniciais. Muito obrigado a todos os professores
por sua dedicação!