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Falar de inclusão é preciso em qualquer idade

Pâmela Cristina Alexandre Pschichholz
Psicopedagoga e neuropsicopedagoga clínica do NAP
Autora do livro “O menino que não via amigos”
 
Já houve tempo em que se pensava que ter determinadas conversas com crianças era difícil pela falta de maturidade. Hoje já é sabido que, se adaptarmos a linguagem com um vocabulário familiar, a criança vai entender.
Falar de inclusão com as crianças não precisa e nem deve ser algo complexo. Precisamos nos desprender das terminologias de difícil compreensão para deixar claro que falamos de convivência, respeito e empatia. Estes valores precisam ser ensinados para serem aprendidos e colocados em prática. Se você não falar para seu filho que “todas as pessoas têm seu jeito de ser, de pensar, de ver, de andar e de falar”,  como ele vai aprender a conviver com a diversidade? Estes ensinamentos e exemplos precisam partir dos adultos.
Quando falamos de inclusão com a criança, é preciso enfatizar como ela faz o outro se sentir. Bem? Mal? Preocupar-se com as outras pessoas, como elas estão se sentindo e procurar agir para que elas sintam-se felizes, confiantes, alegres e valorizadas são formas de pensar que tornam as crianças mais tolerantes, respeitosas e empáticas. Antes de justificar o motivo pelo qual aquela criança não fala, não ouve, não anda, não tem mãe, não tem casa ou se não tem o mesmo cabelo que o seu, é preciso que seu filho aprenda que aquilo que ele faz, fala e gesticula produz um efeito:  a criança se sente bem ou mal e isso é responsabilidade dele. Como ele gostaria que a outra criança se sentisse? Gostaria de sentir da forma com que ele faz o outro sentir? A empatia faz com que as crianças sejam ativas na responsabilidade social, na solidariedade e na paciência, isso é cultura inclusiva.
Falar de diferenças é sensibilizar sobre a inclusão, um movimento de convivência, de garantia de direitos, de possibilidades e de responsabilidades, independente da idade. Pensar de forma inclusiva é possível e necessário. Você já falou com seu filho sobre os sentimentos dele e sobre que sentimentos ele despertou nas outras crianças hoje?

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