Blog Z
Ainda sobre Pais
Tive pai, sou pai, sou avô! Muitas lições recebidas e
emitidas. Há poucas semanas, viajei no Trensub a Porto Alegre e, na parede
interna do vagão, li um pensamento cujo autor não lembro: “ Pediram para falar sobre a vida; é uma ida”. Então vamos em
frente.
Ainda não tenho certeza se fui um bom pai. Como avô, agora
mais experiente, procuro ser melhor. Tenho muito presente a forma de os meus
pais me criarem; e ajo no sentido de dar o melhor de mim, ou daquilo que
esperava dos meus pais. Que um dia os netos, ao olharem para trás, possam dizer
que o avô, com pulso firme, permitiu aprendizados constantes. Os avôs, num
sentido amplo, não têm como missão distribuir doçuras e, sim, apresentar sempre
orientação segura. Fico impressionado e observo atento como os netos constroem
o saber, como são importantes os momentos mais diversos. A forma lúdica é a
melhor de ser construída. O maior patrimônio que se pode dar aos filhos e netos
é a oportunidade de ensino em um bom colégio. Será preciso sempre acompanhar de
perto. É estar presente em todos os momentos. O dito popular de que o homem,
para ser completo, deve ter gerado um filho, escrito um livro, plantado uma
árvore, para mim, inclui um quarto fato, o de ter vivido a criação dos netos.
Assim, posso descrever aos leitores essa quarta experiência.
Outro dia, levando o Francisco para a escolinha, pediu-me um colinho e, como eu
estava com os braços bem ocupados, ele saiu com esta pérola: Um vô
deveria ter quatro braços. Brincando com ele de mercadinho, ele era o
cliente e eu, o dono do negócio. Ao se aproximar com ares de timidez, proferiu
o pedido: quero comprar um avô. Tarefas diárias de um pai/avô: abraçar,
beijar, estender a mão, passear...
A melhor maneira de educar é enaltecer os comportamentos positivos, ressaltar os pontos fortes; com isso, as dificuldades tendem a diminuir. A maior alegria de quem ensina é perceber que a lição foi assimilada. A legenda da foto poderá ser nesta linha. São meus tesouros, Francisco e Bento.