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Despertar o nosso melhor
Desde pequena fui encorajada a ter sonhos e
realizá-los. Minha mãe sempre foi inspiração neste quesito. Minha vida nunca
foi povoada pela mesmice – muito pelo contrário, olho para o passado e vejo que
a caminhada até aqui foi de reinvenções constantes. Não gosto daquilo que é
estático. O estático é o oposto de mudar, de ir à frente, de evoluir. Às vezes
parece estarmos com tudo “certo”, estável, e então a vida dá uma reviravolta e
bagunça tudo. Normalmente dói um pouco, mas a gente evolui.
No ano passado, eu andava com uma desorganização
interna de sentimentos, com a cabeça confusa, com mil planos mas ansiosa, pois
meu sentimento era de que eu precisava mudar, me capacitar, para ser uma pessoa
e profissional melhor do que eu era naquele momento. Foi aí que tive a
oportunidade de conhecer e ser participante do treinamento Dale Carnegie Course
(DCC). E é desta experiência que quero falar hoje.
O que me chamou a atenção, inicialmente, foi a
postura do Trainer em dizer que o
processo que nos dispomos a passar não tinha o intuito de ensinar nada a
ninguém e sim, nos ajudar a despertar nosso melhor. Opa, já gostei! O Fábio foi
o instrutor que nos guiou através da metodologia que nos levaria a responder à
pergunta central que devíamos fazer a nós mesmos: o que eu preciso superar em
mim para melhorar meu resultado, para realizar meus sonhos e metas, para ser
uma pessoa melhor para mim mesma e para aqueles que estão à minha volta?
O Sr. Dale Carnegie desenvolveu esta metodologia
há mais de cem anos e ela encontra-se completamente atual... Louco, não é? Ela
está focada na construção de cinco áreas inter-relacionadas: autoconfiança,
habilidades interpessoais, comunicação, liderança e controle de atitudes,
preocupações e tensões (estresse). Mas o que me chamou muita atenção é que o
processo todo acontece de dentro para fora, ou seja, é um processo íntimo e
bastante doloroso. Comparo o DCC com o antigo “Merthiolate”, que curava, mas
ardia – lembram disso? No curso me deparei com feridas internas que estavam lá
bem quietinhas, mas vieram à tona e precisei reagir, pois ficamos frente a
frente e não houve escapatória, foi necessário enfrentá-las.
O curso tem um formato muito interessante. Em
grupo, fomos conduzidos através de um plano evolutivo estabelecido por Dale
Carnegie. Este plano acontece de forma muito lógica e progressiva, onde são
expostos os conteúdos e feitas dinâmicas em grupo e, ao longo de todo o
processo, somos acompanhados pelas nossas próprias metas de avanços. Estes
exercícios trazem a vivência individual e real de cada participante, o que nos
traz um enriquecimento gigante.
Observo que num grupo diverso como o nosso,
composto dos mais diferentes tipos de gente e profissionais, se olharmos bem,
veremos que os problemas que temos são muito parecidos, o que legitima o uso de
uma metodologia já pensada há mais de 100 anos. Entendo que seja porque ela foi
efetivamente construída com base no entendimento sobre as pessoas e os
relacionamentos.
Como é intrigante o que acontece num grupo que
inicialmente não se conhece. A gente se sente mais à vontade para “colocar para
fora” os nossos medos, as nossas inseguranças de forma muito mais tranquila,
pois sinto que seja mais fácil nos expormos para desconhecidos. Intimamente
sinto que o “julgamento” será menor. Ou seja, difícil é lidarmos com aqueles
que estão normalmente à nossa volta e para quem queremos manter a imagem de
sermos melhores do que realmente somos.
Me dou conta que no momento que eu ajo mostrando
verdadeiramente quem sou, de forma simples e natural, vejo que tenho sim minhas
inseguranças, mas tenho também muitas coisas boas e me abro efetivamente para
um processo interno de melhoria, de busca para o meu crescimento pessoal,
entendendo que há um horizonte grandioso para mim como aprendiz. Percebo que
Dale Carnegie foi muito coeso quando diz que o intuito do seu trabalho é nos
ajudar a buscar o NOSSO melhor. Não o dele, nem de um padrão social, mas
daquele que busca o SEU próprio crescimento.
Então, minhas amigas e amigos, sou franca em dizer-lhes que virei fã do meu próprio processo interno de melhoria. A mudança se estabeleceu em mim, não atuante apenas durante o período do curso. Hoje, buscar o meu melhor se tornou um exercício permanente! Recomendo!
Fabiane Horlle Hoff
Diretora da H. Maria Joias Contemporâneas e filha de Maria Helena Horlle Hoff
Edição nº 15 - Fev/Mar 2018