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ESPECIAL| PROJETO DE ARQUITETA
Arquiteto, o projetista de sonhos
Márcia Fritzen
Arquiteta | CAU A18.681-3
Sempre me pergunto o que as
pessoas pensam, o que conversam entre si quando decidem procurar um
arquiteto...
Quando as pessoas me procuram,
quase sempre é com o mesmo objetivo: o de construir um sonho. E esses sonhos se
apresentam de várias formas: a construção da primeira casa, a repaginada no
escritório, o tão sonhado espaço de lazer, aquele “canto do guerreiro =
churrasqueira/choppeira/TV”, a raia para nadar, o cantinho pra meditar e
esquecer o mundo lá fora, a banheira com vista pro sol nascente, o quarto de
unicórnios, o espaço gourmet pra receber amigos... E esses sonhos de cada um
vêm cheios de detalhes, de cores, de sensações, de aromas...
Muitas vezes esses sonhos são
Compartilhados com o parceiro, mas cada um com suas prioridades, suas
peculiaridades. E é aí que entra o dom do projetista de sonhos: se transpor
para o outro lado, e na sintonia das conversas decifrar os detalhes, captar as cores
nas entrelinhas, traduzir os desejos, atender as expectativas, e entregar tudo
isso em forma de projeto, que sintonize com quem vai usar, que emocione, que
recicle, que transponha os limites da criatividade para atingir o seu
propósito.
Nossa obrigação maior como
arquitetos é a de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Mostrar novas
possibilidades, sugerir, reciclar ideias antigas e criar ambientes de convívio
que entreguem as sensações desejadas para cada espaço: paz, harmonia,
intimidade, celebração, segurança, proteção, prazer...
Uma casa construída com base no
sonho do cliente, onde os detalhes conversam entre si e falam a língua daqueles
que vão conviver nela, onde os espaços se incorporam na identidade da família,
onde as vontades do cliente não são sobrepostas por regras estéticas
pré-concebidas, essa é a obra que me deixa realizada como profissional. E certa
de ter feito a minha parte. Viver e habitar se mesclam, e tudo o que acontece
na casa está relacionado aos detalhes e as escolhas feitas na concepção do
projeto. Esse aspecto da arquitetura residencial, as histórias, as rotinas, as
vidas que ali acontecem não podem ser subestimadas, pois tudo está
intrinsicamente relacionado à técnica e a arte exigidas para essa criação.
E só se chega lá ouvindo,
observando, conversando... organizando as ideias, mostrando maneiras de viver
mais “green”, sem abrir mão de conforto, de beleza, de praticidade. Estando
atento as mudanças, “thinking outside the box”, e acreditando que o impossível
às vezes é possível.
“As coisas podem ser feitas de outra maneira, vale a pena tentar.” Zaha Hadid, arquiteta